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Que história é essa de brat?: a cronologia que explica tudo sobre a grande tendência do ano

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 Por Willian Assis / @willianrassis

Que história é essa de brat? Você já deve ter visto alguma imagem cor verde-lima e com uma qualidade duvidosa

nos últimos meses. O termo ganhou relevância nos últimos meses após o lançamento do sexto álbum de estúdio

da cantora britânica Charli xcx, no início de junho, que possui o mesmo nome. Em pouco tempo, as redes sociais

foram inundadas por conteúdos midiáticos em tom de verde-limão e uma escrita em uma fonte Arial, tudo isso

em baixa definição, remetendo à capa do disco.


Surpreendentemente, tal identidade visual tornou a divulgação do disco mais orgânica, ou seja, sem a

necessidade de que a artista investisse na divulgação, e se tornou uma verdadeira febre! Mas como se deu isso?

Capa do álbum “brat”. Fonte: Divulgação/Instagram da artista

Com esta pequena introdução, vamos mergulhar em uma concisa cronologia que mostra as estratégias utilizadas

por Charli e quais tendências elas geram no mundo pop.



A CRONOLOGIA


A promoção do disco começou em 29 de fevereiro, com a faixa “Von dutch” sendo a primeira música a ser

enviada para as rádios e tendo videoclipe. O álbum foi anunciado um dia antes, no dia 28, juntamente com a sua

capa que, de início, dividiu a opinião do público pela sua simplicidade.

Nos meses seguintes, ela lançou as faixas “Club Classics”, “B2B” e “360” como forma de divulgação, mas toda a

tendência só catapultou depois de um feito considerado inusitado: a “brat wall”.


A “brat wall” situada no Brooklyn, em Nova York, se tornou um grande destaque da divulgação do disco. Foto: Colossal Media


Segundo Terrence “Terry” O’Connor, o responsável pela criação da parede, a estratégia era “tratá-lo como se

fosse uma tela digital que levava apenas 10 horas para carregar toda vez que você queira alterá-la”. Do início de

maio até o início de julho, foram pintadas diversas atualizações relacionadas ao álbum, como o anúncio da versão

deluxe do álbum e a colaboração com a neozelandesa Lorde em “Girl, so confusing”.


A cada atualização feita, era aberta uma live na conta do TikTok de Charli, gerando um buzz nas redes sociais

para saber qual seria a novidade, que demoraria horas para ser pintada no muro.


Uma das atualizações do muro anunciou a colaboração da Lorde no remix de “Girl, so confusing”. Fonte: Reprodução/Reddit

Junto ao muro, o time de Marketing de Charli criou um site chamado “brat generator”, onde o usuário poderia

criar uma imagem com texto a partir da estética do álbum, um outro fator que facilitou a divulgação do álbum,

mesmo que implicitamente, nas redes sociais. Para além do tema do álbum, diversos criadores de conteúdos

criaram a tendência de inserir letras de músicas de outros artistas, expandindo ainda mais a “estética brat”.


Um exemplo do que pode ser produzido no site. Fonte: Reprodução pessoal


Atualmente, as marcas tentam surfar na onda das tendências das redes sociais para que a sua presença de marca

continue forte nos meios digitais, e com “brat” não foi diferente. A facilidade de reprodução da estética (Arial é

uma fonte bastante difundida) permitiu que empresas como a Globo, Netflix, Duolingo e Uber se aproveitassem

do hype.

Marcas utilizam a estética “brat” para se destacarem nas redes sociais. Fonte: Reprodução/X


Outra personalidade que utilizou a estética de Charli foi Kamala Harris, candidata à presidência dos Estados

Unidos. Em 21 de julho, dia em que Joe Biden desistiu da campanha à presidência e Harris era cotada para

assumir o posto, Charli xcx foi ao X (antigo Twitter) e publicou: “kamala IS brat”, que gerou grande comoção na

rede. Rapidamente, a política alterou a capa do perfil de sua campanha para a “estética brat”. Tenho certeza que

ninguém previa esse movimento!


Conta oficial da campanha de Kamala Harris com a mudança da foto de capa. Reprodução: X


Um outro fator que ajudou na popularidade da “era brat” foi a vulnerabilidade da artista nas letras do álbum,

gerando grande identificação por parte do público. São abordados temas relacionados à inseguranças, como

gravidez, sucesso no trabalho e competição entre mulheres na música.


Após o lançamento do disco, em 7 de junho, Charli colaborou com grandes nomes atuais da música pop em

remixes do álbum. A primeira foi a neozelandesa Lorde na faixa “Girl, so confusing”, que era apontada pelos fãs

ser sobre ela. A internet foi à loucura, porque as chances eram pequenas, visto que as duas sempre foram

rivalizadas e comparadas pela mídia. No início de agosto, foi vez da colaboração com Billie Eilish, que lançou

um álbum em maio, na faixa “Guess”, que acabou se tornando o remix feminino mais ouvido em 24 horas no

Spotify. Parcerias de sucesso!


Charli e Billie em foto promocional para o remix. Fonte: Terrence O’Connor


Se, depois de tantos acertos, você pensou que o sucesso de Charli tinha terminado, está enganado! No início de julho, a música “Apple” começou a viralizar nas redes sociais com uma coreografia marcante. Pessoas públicas, como Cara Delevingne, Joe Jonas e Troye Sivan, surfaram na onda do sucesso, que acumula mais de 1,6 milhões de vídeos no TikTok.


IMPACTO E TENDÊNCIAS


Para muitos veículos de comunicação, a cor “brat green” é a mais comentada do ano e, possivelmente, a que

marcou o ano. O termo “brat summer” se tornou popular, se referindo ao verão estadunidense e à grande

divulgação, danças no TikTok e memes que circulam o álbum.


Indo um pouco além, a “estética brat” antagoniza com a tão conhecida “clean girl”, que preza por um

minimalismo quase inalcançável, além de um padrão de beleza que é alcançado apenas por aquelas que dispõem

de tempo para se dedicar ao estilo. Segundo a própria, uma “garota brat” é livre das pressões estéticas, é livre:

“um pouco desarrumada que gosta de festas e que talvez diga algumas coisas estúpidas por vezes. Que se sente

ela própria, mas que também tem colapsos por vezes. É muito honesta, muito direta e um pouco volátil. Isso é

Brat”.


Será que a nova onda de tendências da internet será a autenticidade? Alguns eventos passados, como este,

demonstram que sim. Cada vez mais, as pessoas buscam por criadores de conteúdo autênticos, que mostram a

rotina real, e que são identificáveis (entenda identificáveis como alguém pelo qual você se identifica, se sente

mais próximo). Parece que vamos ter que esperar para saber a resposta em definitivo.



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