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Vozes da Memória: Diretório Acadêmico Preserva o Legado de Idalísio Aranha

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  Por Lírian Anne / @lirian_hanne

No coração da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG, pulsa um

espaço vibrante de memória e resistência: o Diretório Acadêmico Idalísio Aranha. Mais do

que um simples ponto de encontro para estudantes, o Diretório se ergue como um guardião

do legado histórico da luta contra a opressão e da busca por um futuro mais justo.


Transcendendo a mera homenagem a um indivíduo, o Diretório Acadêmico Idalísio Aranha

reverencia a memória de outras figuras como Walquíria, Gildo Macedo e José, cujos

retratos adornam as paredes e servem como um poderoso lembrete da luta coletiva contra

a ditadura militar. Seus sacrifícios, imortalizados neste espaço, servem como inspiração

para as novas gerações de estudantes na árdua caminhada em prol da justiça social.


Identidade Visual do Diretório Acadêmico Idalísio Aranha. Fonte: Reprodução Facebook DA – FAFICH UFMG.

Idalísio Aranha, estudante de Filosofia na década de 1960, se tornou um símbolo da

resistência à ditadura militar. Sua voz firme e combativa ecoava pelos corredores da Fafich,

denunciando as atrocidades do regime e inspirando seus colegas a lutarem por um futuro

mais justo e democrático. Em 1971, tornou-se presidente do diretório acadêmico da

FAFICH, que atualmente carrega o seu nome. Em 1972, Idalísio foi brutalmente

assassinado por agentes do regime militar. Sua morte, porém, não silenciou sua voz. Ao

contrário, ela se tornou um farol a iluminar o caminho de gerações de estudantes que se

foram. Em homenagem ao estudante mártir, o Diretório Acadêmico Idalísio Aranha se

tornou um espaço de memória viva e resistência ativa. Por meio de diversas atividades,

como debates, palestras, oficinas e eventos culturais, o Diretório busca preservar o legado

de Idalísio e inspirar novas gerações na luta por seus direitos.


Klysman Lucas, presidente atual do Diretório, destaca a relevância dessa iniciativa, em sua

fala oferecida para nós:

“É importante não deixar apagar a história dessas pessoas que também tiveram

frente na luta, mas não só… Não deixar apagar a história dessas pessoas como

tantas outras que tiveram histórias semelhantes, né. Ou que lutaram contra o

regime e foram mortos por causa disso.”

Ao honrar a memória de Idalísio Aranha, o Diretório também reconhece a importância

de outros estudantes que lutaram lado a lado com ele. Walquíria, Gildo Macedo e

José, cada um com sua trajetória e contribuição, representam a força da resistência

coletiva contra a opressão.

Esboços dos rostos dos quatro ex-alunos da UFMG que foram assassinados na ditadura militar.

Fonte: Reprodução Brasil de Fato, “Lembrar é preciso”.


Klysman ressalta a importância de manter viva a chama da mobilização, inspirando as

novas gerações a lutar por seus direitos e por um futuro melhor. A memória dos quatro

estudantes serve como um farol que guia essa luta. A mobilização e a preservação da

memória, como exemplificado pelo Diretório Acadêmico Idalísio Aranha, são ferramentas

essenciais para construir um futuro mais justo e igualitário.


Klysman acrescenta que a luta por justiça social não precisa ser algo grandioso e público.

Cada ação individual, por menor que pareça, contribui para o movimento coletivo. A

consciência e o engajamento de cada pessoa são fundamentais para a construção de um

futuro melhor.


Ao preservar a memória de Idalísio Aranha e seus companheiros de luta, o Diretório

Acadêmico Idalísio Aranha se torna um espaço de resistência, inspiração e aprendizado.

Sua história serve como um lembrete constante da importância da luta por justiça social e

da necessidade de defender os direitos humanos em todos os momentos.


Um símbolo comovente da homenagem aos quatro estudantes se encontra na Biblioteca

Central da UFMG: quatro tocos de árvores cortadas. Essa instalação artística, pouco

conhecida por muitos, representa as vidas ceifadas pela ditadura e serve como um lembrete

constante da luta pela justiça social.

Quatro tocos de árvore representando as quatro vidas ceifadas. Fonte: Reprodução UFMG.

Por meio da memória e da mobilização, podemos fazer o presente mais justo e igualitário

para todos.

Cria UFMG

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