O feriadão de carnaval já passou e rendeu muita história pra contar, né? Mas, falando em história, tem uma que já perdura há anos e reflete diretamente nas atuais formas de partição e representação das mulheres nessa época. Então, bora entender um pouco mais sobre esse assunto!
Como já sabemos, o carnaval acontece em fevereiro e é uma das principais festas populares do Brasil, que anda em conjunto com nossa identidade, costumes e cultura. Dito isso, precisamos ressaltar que nem tudo são flores….
A conquista do espaço feminino dentro dessa festa trazida pelos portugueses não chegou de uma hora para outra. A festa apareceu no país entre os séculos XVI/ XVII e, com isso, algumas restrições foram aplicadas. Uma dessas regras cabia à mulher, em que ela não podia participar livremente do carnaval.
No início, elas só podiam festejar em casa e, um tempo depois, tiveram a permissão para aproveitar o carnaval. Mas não se engane, viu? Elas “curtiam” o carnaval apenas na companhia de seus pais e esposos, como espectadoras e observadoras, ou seja, bem de longe!
Mas vocês devem estar se perguntando, como foi que a situação começou a melhorar? Bom, então vamos aos fatos!
Aos pouquinhos, as mulheres começaram a lutar pelo seu espaço na festa. Uma das conquistas foi a participação delas na passeata de carnaval (um evento bem elitista, por sinal) e mais tarde, com a chegada de blocos, ranchos e cordões de carnaval, o controle de participação de mulheres em festas diminuiu, principalmente se tratando da confecção de fantasias e arrecadação de dinheiro.
Em 1920, nossas queridas e amadas escolas de samba surgiam! Com isso, a participação e representação das mulheres no carnaval se tornou mais intensa, porém muito inviabilizada. Nomes como Tia Cássia, grande incentivadora da comunidade negra, do samba e do carnaval e Dona Ivone Lara, a primeira mulher a integrar uma Ala de Compositores de Escola de Samba, não aparecem muito recorrentemente, mas é impossível negar que elas, como tantas outras, ajudaram significativamente na inclusão das mulheres no carnaval. Simplesmente icônicas!
Mas é importante reforçar que o carnaval é uma forma de expressão social, então tudo o que nossa sociedade e senso comum reproduzem também se reflete nessa manifestação cultural, principalmente se tratando dessa festa quando representada pelos canais de comunicação.
Olhando para uma perspectiva geral relacionada ao lugar da mulher, é impossível não se falar também das inúmeras problemáticas que a cercam. Principalmente, durante os bloquinhos de carnaval e nas mídias, o machismo estrutural ainda se faz presente e a constante hipersexualização do corpo da mulher brasileira, na maioria das vezes negra, também. Por isso, seguimos em luta constante!
Com diversas pautas e questionamentos sendo levantados sobre a representação das mulheres no carnaval, os avanços caminham aos poucos. Um exemplo disso, é a tradicional Globeleza, que neste ano nem sequer apareceu nas vinhetas de sua emissora por conta de algumas polêmicas. Então, se você não sabia o que estava rolando, agora vai ficar sabendo.
A Globeleza vinha sendo alvo de críticas há muito tempo. Apesar da ideia de se colocar uma mulher nua e pintada em frente à TV ser vista por alguns como uma forma de expressão artística e de liberdade, por outros, ela apenas atua na manutenção de padrões estéticos e papéis sociais da mulher negra, no qual só é colocada no papel de protagonista quando associada às festas e à época carnaval, sempre a caracterizando unicamente pelo corpo e pelo “samba no pé”. Causando assim a problemática que estamos discutindo, acerca da objetificação desses corpos.
Por conta das críticas, das discussões e da falta de aceitação do público, que atualmente tem maior voz e influência que nos séculos passados, muitas marcas tiveram que se atentar mais para o que estão transmitindo ao se falar sobre o carnaval. Como exemplo disso, mantendo o foco na globeleza, por conta das mudanças sociais e do reposicionamento de marca frente ao carnaval, a partir de 2017 a nova vinheta da Globo passa a ser composta por um grupo de pessoas representando o carnaval em diversas culturas do Brasil e, em 2022, ocorreu uma nova mudança, na qual a globeleza não foi incluída na programação e sim, os desfiles das escolas de samba.
Então, com tudo isso que falamos, podemos ver que as reivindicações, opiniões e mudanças caminham sempre junto com os valores de cada época e percebemos o quão importante é saber a hora de se reposicionar no mundo da comunicação e na sociedade em geral, tanto como marca, quanto como pessoa ou grupo na questão da representação das mulheres no carnaval.
Se você gostou de saber um pouco mais sobre esse assunto e achou o conteúdo interessante, deixa eu te falar uma coisinha… Tem muito mais de onde veio esse, como esse aqui.
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